Estudo comparativo da condição de Saúde Bucal de idosos Institucionalizados e não- Institucionalizados de Governador Valadares.

A população idosa vem crescendo no Brasil, trazendo implicações significativas para a sociedade. Este fato requer uma atenção diferenciada de diversos setores sociais, em especial das Instituições e dos profissionais envolvidos nos cuidados com a saúde deste grupo etário. O objetivo deste trabalho foi comparar as condições de saúde bucal de idosos institucionalizados e não-institucionalizados, residentes no município de Governador Valadares. A amostra foi composta por idosos de ambos os sexos, em qualquer estado funcional, residentes nas 5 instituições de longa permanência (n=134) e por participantes de 22 grupos de terceira idade do município (n=484). Os dados foram coletados no período de dezembro de 2007 a março de 2008 por pesquisadores devidamente calibrados segundo os critérios metodológicos recomendados pela Organização Mundial da Saúde. As variáveis incluídas para identificar a saúde bucal foram CPO-D (índice de dentes cariados, perdidos e obturados), uso e necessidade de prótese dentária. A média de idade foi de 76,1 para os institucionalizados e de 69,9 para os não-institucionalizados. Em relação ao gênero há uma diferença significativa entre os grupos, predominando o feminino. Quanto ao estado civil, nos institucionalizados prevalecem os homens solteiros (93,1%) e nos não-institucionalizados as mulheres casadas (76,9%). O CPO-D médio dos idosos institucionalizados foi 31,6 não existindo diferença significativa desta variável no tocante ao gênero. Nos idosos não-institucionalizados o CPO-D médio foi 24,52 prevalecendo a semelhança entre os sexos. O tipo de prótese removível mais utilizada pelos idosos foi a total superior (77,2%). Constata-se que 80,8% dos idosos institucionalizados não utilizam nenhum tipo de prótese, enquanto para os não-institucionalizados este índice é de 43,6%. Idosas não-institucionalizadas (40,2%) apresentam menor necessidade de prótese que as institucionalizadas. Conclui-se que a condição de saúde bucal de idosos residentes em instituições de longa permanência tende a ser inferior àquela de idosos não-institucionalizados devido a alta prevalência de cárie e edentulismo revelada pelo índice CPO-D. Supõe-se que tal ocorrência se deve a falta de recursos econômicos (pessoal insuficiente para cuidados de higiene bucal dos idosos), a dificuldade de acesso dos idosos aos serviços odontológicos, e a ausência de um cirurgião dentista na equipe, dificultando o acompanhamento e o treinamento dos cuidadores para o exercício das atividades de higiene bucal. 
 
Fontes consultadas
ANTUNES, J. L. F. e PERES, M. A. Epidemiologia da saúde Bucal. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
CAMARANO, A. A. Envelhecimento da população brasileira: uma contribuição demográfica. Rio de Janeiro: IPEA, 2002.
 
AUTORES:
Caroline Magalhães Alcântara*;Cristina Gonçalves; Lorena Cristina Salgado Dias; Valquiria Gonçalves Pereira**.Suely Maria Rodrigues***; Carlos Alberto Dias****.
 
       *Discentes do Curso de Odontologia da FACS/UNIVALE
**Discentes do Curso de Psicologia da FHS /UNIVALE
*** Docente responsável pelo Estágio Supervisionado em Odontogeriatria da
FACS/UNIVALE
**** Docente do curso de Psicologia
 
UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE – UNIVALE
Palavras chave: idoso, saúde bucal, Institucionalizados, não-institucionalizados 
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Painel apresentado no 16º Simpósio de Iniciação Científica da USP (SIICUSP), 2008
 Painel apresentado no XVI Seminário de Iniciação Científica da UFOP, 2008
Painel apresentado 1º Congresso Nacional De Saúde Da Faculdade De Medicina Da UFMG,2008